Chris Cidade Dias busca alcançar novos públicos com narrativa longa inédita inspirada por viagem à Espanha
Edição: Vitor Diel
Foto: Léo Salvador/Divulgação
A escritora gaúcha Chris Cidade Dias está prestes a dar um novo passo na carreira. Depois de duas décadas dedicadas à literatura infantil, com mais de 500 mil exemplares vendidos no Brasil e cerca de 50 obras publicadas, ela prepara o lançamento do primeiro romance. Intitulado A Mulher que Ouvia os Quadros, o livro nasceu durante uma viagem à Espanha e mistura arte e memória em uma trama marcada pela delicadeza do olhar feminino.
O detalhe que chama atenção é que mesmo com uma trajetória consolidada, Chris ainda busca uma editora para abraçar o projeto. O movimento da autora lança luz sobre uma realidade do mercado editorial, que cada vez investe menos no novo.
“Esse processo não foi planejado, aconteceu de forma muito semelhante ao início da minha trajetória na literatura infantil, há 20 anos, quando escrevi O Quadro da Andreia. Fui captada por uma história e precisei colocá-la no papel. É aquela sensação de que a narrativa tem força para interessar e tocar outras pessoas. Já escrevi outros romances, mas este foi o primeiro em que percebi esse chamado mais nítido, por isso decidi levá-lo adiante”, comenta a autora.
Com uma narrativa que se desenrola na cidade de Toledo, A Mulher que Ouvia os Quadros combina ficção e fatos históricos, atravessando quase 500 anos de segredos entre mães e filhas. “O maior desafio agora é encontrar uma editora que queira apostar em um novo momento da minha escrita, confiando no diálogo que posso estabelecer com o público adulto e na relevância dessa história”, completa.
Formada em Letras e Psicopedagogia, Chris se apresenta como uma “acordadora de histórias”. Entre os prêmios conquistados estão o Açorianos de Literatura (2016), com Então quem é — obra que também integrou o Catálogo de Bolonha —, além do Prêmio Viva Leitura (2016) e o Prêmio Panvel. Sua trajetória já foi destacada em iniciativas como o Inovação Empreendedora PGQP (2015) e o TEDx Unisinos (2017).
Em 2017, após ser patrona da Feira do Livro de Morro Reuter, Chris virou nome da Biblioteca da Escola Municipal de Educação Infantil Cecília Graeff. “Ter uma biblioteca com meu nome significa que aquela comunidade reconhece a força das histórias no cotidiano das crianças”, afirma.
A autora também leva literatura a diferentes públicos a bordo da Kombina, uma kombi artística que circula pelo Rio Grande do Sul promovendo encontros regados a arte, música, leituras e experiências criativas. Seu trabalho integra ainda o acervo da plataforma Elefante Letrado, referência na formação de novos leitores.

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