Além de autógrafos e bate-papo, projeto em torno de ‘O Incendiário’ prevê a produção de podcast, oficina e doação de exemplares a instituições parceiras
Edição: Vitor Diel
Arte: Giovani Urio sobre reprodução
O escritor e jornalista Rafael Guimaraens lança o livro O Incendiário no dia 16 de dezembro, sexta-feira, às 18h, na abertura da FeirAteira da Alice (Rua Olavo Bilac, 188 – Cidade Baixa – Porto Alegre/RS). Na ocasião, o autor e Edgar Vasques conversam sobre a longa parceria para contar histórias dramáticas e esquecidas que abalaram a cidade.
Em O incendiário, Rafael Guimaraens recupera a história dos incêndios que destruíram o Tribunal de Justiça, prédio gêmeo do Theatro São Pedro, em novembro de 1949, e a Repartição Central de Polícia, em janeiro de 1950. Entre os milhares de processos e inquéritos incinerados encontravam-se escândalos financeiros e um rumoroso caso no qual 53 policiais eram acusados de promover uma rapinagem nas residências de súditos alemães durante a 2ª Guerra. Acossada pelas desconfianças da sociedade, a Polícia apresentou o suposto incendiário, um falsário espanhol chamado Manoel Gonzales Aragón – vulgo Major Aragón, pois se vestia de oficial do Exército para aplicar alguns golpes. No entanto, quando ocorreram os incêndios o rocambolesco personagem encontrava-se preso em São Leopoldo.
Resultado de uma ampla pesquisa, o livro conta a inusitada trajetória de Aragón, sua carreira criminosa em várias cidades do país, e se detém nas investigações sobre escândalos financeiros e corrupção policial que ocupavam as manchetes dos jornais à época dos incêndios. Policiais, ladrões, jornalistas e autoridades giram em um redemoinho, no qual o pitoresco e o trágico convivem em uma narrativa repleta de surpresas até o desfecho imprevisível. A edição, com o financiamento do Governo do Estado do Rio Grande do Sul por meio do FAC Publicações (Pró-cultura RS), é ilustrada com fotos dos locais e personagens retratados e tem um de seus trechos principais narrado em forma de HQ, com o traço de Edgar Vasques.

Além da sessão de autógrafos e do bate-papo, o projeto ainda prevê as seguintes ações: produção de um Podcast em parceria com o Nonada Jornalismo (serão dois episódios com duração média de quarenta minutos tratando dos conceitos memória e literatura de realidade, temas que contemplam o livro); doação de uma parcela da tiragem para instituições parceiras (SEDAC, Rede de Bibliotecas dos Presídios – Susepe, Rede Cirandar), visando a democratização de acesso ao produto literário e a realização de oficina prática com detentos do sistema prisional de Porto Alegre, parte da ideia de que a escrita ajuda o ser humano a refletir e compreender a situação em que se encontra, estimulando-os a escreverem sobre suas experiências, ou seja, (re)fazerem a narrativa de sua vida.
Sobre o autor
Nascido em Porto Alegre em 1956, Carlos Rafael Guimaraens Filho é jornalista profissional desde 1976. Atuou como repórter, editor e secretário de redação da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre (Coojornal). Foi editor de Política do jornal Diário do Sul. É autor dos livros O Livrão e o Jornalzinho (1997, reedição em 2011), Pôrto Alegre Agôsto 61 (2001), Trem de Volta, Teatro de Equipe (com Mario de Almeida, 2003), Tragédia da Rua da Praia (2005, Prêmio O Sul Nacional e os Livros, categoria melhor narrativa longa), Abaixo a Repressão – Movimento Estudantil e as Liberdades Democráticas (com Ivanir Bortot, 2008), Teatro de Arena – Palco de Resistência (2009, Prêmio Açorianos categoria Especial e Livro do Ano), A Enchente de 41 (2010, Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores, como melhor livro não-ficção), Rua da Praia – Um Passeio no Tempo (2010), Unidos pela Liberdade! (2011), Mercado Público – Palácio do Povo (2012), A Dama da Lagoa (2013), Águas do Guaíba (2015), O Sargento o Marechal e o Faquir (2016, Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores, categoria Especial), 20 Relatos Insólitos de Porto Alegre (2017, Prêmio Minuano de Literatura), Fim da Linha – Crime do Bonde (2018), O Espião que Aprendeu a Ler (2019) e 1935 pela Editora Libretos. Em 1986, editou o livro Legalidade – 25 anos. Coordenou a edição do livro Coojornal – um Jornal de Jornalistas sob o Regime Militar (2011, Prêmio Açorianos, categoria Especial) e Os Filhos Deste Solo – Olhares Sobre o povo Brasileiro (2013). Produziu o roteiro do espetáculo Legalidade – o Musical (2011), exibido diante do Palácio Piratini, em comemoração aos 50 anos da Campanha da Legalidade.

O Incendiário
Rafael Guimaraens
292 p.
R$ 55
Libretos Editora
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