Ana Baldo estreia na literatura

Autora retrata em romance os campos de concentração para retirantes no Ceará dos anos 30

Edição: Vitor Diel
Arte: Giovani Urio sobre divulgação

Em 1931, no Ceará, a seca já começava a dar sinais de sua permanência e a expectativa pela chegada do inverno e das chuvas foi mais longa do que os sertanejos imaginavam. Durante a seca do ano seguinte, foram construídos pelo governo cearense e apoiado pela classe dominante de Fortaleza sete campos de concentração para aprisionar retirantes do semiárido e impedir que chegassem à capital, já abarrotada de flagelados.

Inspirado nesse cruel episódio da nossa história, e em depoimentos de sobreviventes, a escritora e historiadora taquarense Ana Baldo homenageia a memória das vítimas em seu romance de estreia, Tem que fazer uma cruz pra ela, em campanha de financiamento coletivo pela editora O Grifo no Catarse.

Na trama, o menino Josué é um dos tantos retirantes em fuga, revelando através de seus passos a realidade vivida pelo povo sertanejo na luta pela sobrevivência. Assim, a obra leva para as páginas da ficção este impactante e ainda pouco conhecido episódio da história do nosso país, numa narrativa visceral e cheia de lirismo sobre vidas que atravessaram a fome, a segregação social e o descaso das elites.

A campanha de financiamento segue até 29 de abril de 2023, com diversas recompensas exclusivas para os apoiadores. Além do livro e marcadores, há pacotes incluindo um cartão postal com informações sobre os campos de concentração no Ceará e um conto extra da autora intitulado As santas almas, ambientado no mesmo universo do romance e impresso em formato de cordel. Além disso, há opções para grupos de leitura e combos com outros livros da editora.

Sobre a autora
Ana Baldo nasceu em 1986 em Erechim (RS) e vive atualmente em Taquara. É historiadora, mestra em Educação e colunista do portal de notícias e análises políticas Brasil247. Professora, sindicalista e militante das causas da classe trabalhadora, busca, através da literatura, dar voz aos invisibilizados, aos marginalizados e aos apagados da história. Tem que fazer uma cruz pra ela é seu livro de estreia.

Tem que fazer uma cruz pra ela
Ana Baldo
192 p.
O Grifo Editora
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