Romance de Armando Ribas Neto apresenta protagonista adolescente numa história sobre autoconhecimento e amizade

Edição: Vitor Diel sobre texto da assessoria
Arte: Giovani Urio sobre reprodução

Marvin Grinn vê sua vida mudar ao descobrir que é portador de um livro repleto de segredos e possibilidades mágicas. Sozinho e cheio de perguntas sobre seu misterioso passado e sua família, o garoto de 13 anos inicia sua jornada em busca da verdade, e logo se vê envolvido em uma rixa familiar que perdura por séculos. Em meio a aulas de feitiços, duelos, aventuras e pessoas especiais, o menino com os olhos de duas cores descobre seu verdadeiro potencial e o importante papel que desempenhará como bruxo. Esta é a sinopse de Marvin Grinn e a Chave Mestra, do publicitário e ilustrador santa-mariense Armando Ribas Neto. A obra já está disponível para venda no site da Vitrola Editora e Distribuidora.

Confira alguns trechos abaixo:

“O fogo consumia tudo. Via o ar lhe faltar, com a fumaça invadindo seus pulmões, ameaçando intoxicá-lo até levá-lo à inconsciência. Era assim que o menino se sentia quando percebeu a mão estendida por alguém sem rosto, apenas uma sombra escondida em um capuz, erguendo-o do chão. Uma face oculta, de voz estranhamente familiar, pedindo que confiasse e o acompanhasse, enquanto o ajudava a passar pelo mar incandescente que se tornara a casa. Apoiado pelo estranho, ele andou cambaleante pelos cômodos em chamas, passando pela frente da porta do quarto dos pais. ‘Preciso achá-los antes de sair!’, pensou, alarmado. Mas os braços e as pernas, que agora andavam por ele, impediram-no.”

“— Olá, você está bem? — perguntou dona Dulce ao ver o menino que andava pelos trilhos, próximo à estação de trem abandonada.

O menino fez que sim com um meneio de cabeça, mesmo sem ter certeza do que afirmava.

— E o que você faz aqui à noite, andando sozinho? Seus pais estão com você? Ou… mais alguém?

O menino instintivamente olhou para trás, como se procurasse de fato por alguém. Quem sabe o alguém que lhe trouxera até ali. Mas atrás de si, viu apenas a imensa bocarra escura escavada no monte, de onde saía a língua de trilhos, que seguia até a estação. E, assim, fez um aceno negativo com a cabeça.”