Iniciativa do Conselho Municipal da Pessoa Idosa ouviu 52 moradores de Antônio Prado e colocou suas histórias em livro

Edição: Vitor Diel com texto da assessoria
Arte: Giovani Urio sobre reprodução

“As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo”. Não fosse a frase ter sido dita pelo filósofo Epicuro, 300 anos antes do nascimento de Cristo, na Grécia, qualquer pessoa poderia pensar que ela foi criada para descrever os 52 personagens de um novo livro lançado recentemente em Antônio Prado. Idosos da cidade contam suas histórias em Antônio Prado: saberes, fazeres e causos, uma obra que valoriza personagens da cidade de 13 mil habitantes na serra gaúcha.

Histórias como a do seu Adanildo, que construiu o pórtico de entrada da cidade, e da professora Regina, que aos 97 anos vive “muito bem, obrigada” sozinha e cuidando de sua horta, estão no material que traz, em todos os seus personagens, histórias, “causos”, receitas, dicas e frases de sabedoria. A publicação tem formato digital e distribuição gratuita pelo site da EAB Editora.

A iniciativa do projeto é do Conselho Municipal da Pessoa Idosa de Antônio Prado, com o apoio da Prefeitura do município. As entrevistas foram realizadas pelo Instituto Vívere. Segundo a secretária de Assistência Social e Cidadania, Priscila Salamon, o material é um legado da geração mais antiga para as gerações do presente e do futuro. “Foi um projeto muito lindo e de grande valia para nossa comunidade idosa e toda nossa sociedade pradense. É uma oportunidade de ver a história viva do nosso município”, destaca.

Para Sueli Carlesso, 75 anos, participar do livro foi uma grande alegria. Ela compartilhou a receita do seu tradicional chá para curar a fraqueza. “É um chá que eu uso no dia-a-dia e ensino outros a fazerem”, diz. Sueli tem atuação forte em movimentos de pessoas idosas na cidade e vê o livro como uma forma de registrar e passar adiante conhecimento. “É bom que fique registrado porque aí não se perde. O que não fica registrado, acaba se perdendo”, afirma.

Os leitores podem ainda conhecer mais sobre pradenses como a açougueira Verônica Susin Venturini, o pesquisador Virgílio José Bertolloto, de 96 anos, que foi um dos primeiros tipógrafos da serra gaúcha, e também aprender dicas de como fazer a sua própria vassoura, com dona Genaveva Falavigna, além de receitas imperdíveis, como o mandolate da Neiva e o pão em forma de passarinho, que a Zelinda aprendeu com sua mãe quando era criança.

O e-book Antônio Prado: saberes, fazeres e causos conta com a organização de Alessandra Formagini, Débora Nunes de Sá e Rudimar Barea.