Dani Langer lança romance em São Paulo e na Flip

Com protagonista lésbica, ‘Deságua’ aborda a complexidade das relações familiares e do adoecimento psíquico

Edição: Vitor Diel
Foto: Divulgação

Deságua, novo romance da escritora, pesquisadora e curadora literária gaúcha Dani Langer, é uma narrativa multifacetada sobre os abismos do luto. Publicado pela Editora Zouk, o livro acompanha Antonia, uma mulher jovem que, após perder a irmã mais velha para o suicídio, se vê obrigada a mergulhar em suas próprias memórias para entender não apenas a tragédia, mas seu próprio lugar no mundo.

A obra será lançada no dia 29 de julho, às 19h, na Livraria Simples (R. Rocha, 259 – Bela Vista, São Paulo/SP). Além da sessão de autógrafos, a autora conversará com Angélica Freitas, em um bate-papo mediado por Leila de Souza Teixeira, que assina o posfácio do livro. Em seguida, no dia 31, às 11h, a autora marca presença na Flip 2025, com uma sessão de autógrafos no estande da com.tato, na Casa Escreva, Garota! (Travessa Gravatá 56c/d), em Paraty, no Rio de Janeiro.

A gênese do romance remonta a 2007, quando Langer, durante uma visita a São Paulo, testemunhou uma cena aparentemente banal que se tornaria obsessão literária: “Vi uma pessoa debruçada na janela de um hotel de luxo na Alameda Santos. Por um instante, tive a sensação visceral de que aquela pessoa poderia saltar”, relembra a autora, cuja formação em Publicidade pela PUC/RS e posterior migração para a Literatura a levou a pesquisar as poéticas do espaço e do deslocamento no mestrado em Escrita Criativa.

O processo criativo de Deságua foi marcado por camadas de investigação. A primeira versão, desenvolvida como dissertação de mestrado, passou por profundas transformações ao longo de quase uma década. “A voz narrativa inicial era segura, burocrática — não era a voz da Antonia”, analisa Langer, que reescreveu integralmente o texto. Para encontrar o tom certo, a autora criou um elaborado sistema de pesquisa: linhas do tempo com post-its coloridos (amarelos para o presente, azuis para o passado), playlists temáticas no Spotify (como “iPod da Antonia”, com trilha sonora de rock com clássicos como Patti Smith, David Bowie e The Cure), e um extenso arquivo de referências visuais que incluía desde fotografias pessoais até a obra do pintor Edward Hopper.

A estrutura fragmentada do romance reflete o estado mental da protagonista, e para tanto é organizado em capítulos curtos que alternam o presente urbano de Antonia — uma São Paulo chuvosa onde ela vagueia entre lembranças musicais e mensagens de sms — com cenas de uma infância no Pampa gaúcho à beira do rio. Deságua é um romance aquático não apenas no tema, mas na própria fluidez da narrativa”, explica Langer, que se inspirou em estudos sobre a poética da água, incluindo as reflexões de Gaston Bachelard.

Deságua já está disponível no site da Editora Zouk por R$ 62.

Sobre a autora
Natural de Porto Alegre, Dani Langer (1978) transitou da produção audiovisual e do design gráfico (quando trabalhou em projetos como Saneamento Básico – O Filme, produzido pela Casa de Cinema de Porto Alegre) para a literatura, após ingressar na Oficina Literária de Charles Kiefer em 2005. Mestre em Escrita Criativa pela PUCRS, integra o coletivo Mulherio das Letras RS. Além da produção literária, dedica-se à curadoria do grupo de leitura Pororoka, à crítica literária e à docência em oficinas de criação.

Deságua
Dani Langer
162 p.
R$ 62
Editora Zouk
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