‘Os Barcos’, de Eliandro Rocha e Alexandre Rampazo, transforma dor em narrativa de solidariedade e esperança

Edição: Vitor Diel sobre texto da assessoria
Arte: Reprodução

Em Os Barcos, escrito por Eliandro Rocha e ilustrado por Alexandre Rampazo, um gesto inocente e comum da infância é ressignificado pela dura realidade vivida pelo Rio Grande do Sul em maio de 2024. A obra resgata uma atividade de infância do autor, a brincadeira de soltar barquinhos de papel na chuva, e a conecta à memória coletiva das enchentes que atingiram os gaúchos no ano passado.

No início, tudo é diversão: brincar com barquinhos nas poças d’água. Mas um dia, tudo muda e a poça se transforma em enchente. Os pequenos barcos ganham força simbólica e se tornam embarcações capazes de acolher vizinhos, animais e memórias. A narrativa, conduzida pelo olhar de uma criança, reflete tanto a fragilidade diante da tragédia quanto a esperança que surge da solidariedade.

Eliandro conta que o livro nasceu de sua vivência direta nas enchentes. “Estive em abrigos, ajudei na reconstrução de bibliotecas escolares destruídas e percebi que precisávamos ressignificar essa dor, mas também em possibilidade de recomeço. Os Barcos é sobre isso: sobre não deixar que a correnteza leve a nossa humanidade”, afirma.

O livro tem formato de capa dura e conta ainda com uma extensão interativa: por meio de um QR Code impresso nas páginas, os leitores podem acessar um tutorial e aprender a fazer seus próprios barquinhos de papel.

Os Barcos está disponível no site da editora Casa do Lobo por R$ 75,90.

Sobre os autores
Eliandro Rocha nasceu e vive no Rio Grande do Sul. Cursou faculdade de Marketing, mas foi trabalhando em uma biblioteca que descobriu sua vocação. Após contar tantas histórias, decidiu escrever a própria. E assim, lançou o primeiro de muitos livros. Sua escrita une memória, oralidade e afeto, com foco na vida comunitária e na solidariedade.

Alexandre Rampazo nasceu em São Paulo, é designer, pós-graduado em Fotografia e Arte, e ilustrador reconhecido internacionalmente, com publicações em países como China, Cuba, Portugal e Argentina. Premiado diversas vezes, Rampazo imprime em suas ilustrações uma linguagem poética e delicada, que amplia a força narrativa de Os Barcos.