Com pai falecido, menino de nove anos precisa lidar com a ausência de um relacionamento e seus vácuos
Edição: Vitor Diel
Arte: Giovani Urio sobre reprodução
Um menino sem nome perde o pai aos três anos e precisa encarar mais um dia dos pais na escola. Como se faz para participar da celebração de uma existência que lhe foi negada? Ele decide escrever uma carta para o pai morto a fim de contar como está se sentindo. A partir daí, o que se desenrola é uma correspondência maníaca em que aparecem as tantas elaborações possíveis de um luto, as dores do crescimento, a errática construção das masculinidades, a convivência com a ausência. Apresentando uma narradora inusitada, Jamais serei seu filho e você sempre será meu pai é um romance sobre precisarmos da imaginação para viver e sobre a lenta despedida que é a vida.
Nas cartas ao pai morto, o menino sem nome relata o relacionamento difícil com a mãe, a morte do cachorro e da avó, a sensação de ver a irmã crescer e se tornar cada dia mais distante, o fato de não se sentir parte da família do pai. A coisa fica preocupante quando ele, além de escrever as cartas, começa a imaginar as respostas que o pai lhe escreveria, que trazem detalhes da vida dos pais antes do seu nascimento e imaginam um futuro que não pôde acontecer, criando um relacionamento que só é possível por meio de palavras e imaginação.
O pai morreu vítima de uma fatalidade: alérgico à dipirona, foi medicado com a substância por engano no hospital, após passar por uma cirurgia relativamente simples, e não resistiu. Assim, a dipirona assume a voz narradora de alguns episódios, aqueles que ele, o protagonista, não teve como conhecer.
Sobre a obra, Daniel Galera escreve: “Neste romance de estreia sóbrio e habilidoso, Thiago Souza de Souza recorre a múltiplas vozes e pontos de vista para mostrar como a morte de uma pessoa querida é uma narrativa que nunca acaba e, de um jeito de outro, precisa ser escrita para que possamos ir em frente. As teias de dor e intimidade que entrelaçam esse filho e seu pai agarram o leitor pelo coração mas também pelo intelecto, nos convidando a decifrar nosso próprio mundo de perdas. Uma obra marcada tanto pelo rigor quanto pelo transbordamento, escrita por um autor disposto a ir até o fim”.
Jamais serei seu filho e você sempre será meu pai está disponível pelo site da Editora Taverna (link externo).
Sobre o autor
Thiago Souza de Souza é formado em jornalismo pela Famecos/PUCRS e fez parte da turma de 2013 da oficina de criação literária coordenada por Assis Brasil também na PUCRS. Jamais serei seu filho e você sempre será meu pai é seu livro de estreia.

Jamais serei seu filho e você sempre será meu pai
Thiago Souza de Souza
Editora Taverna
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