Isabete Fagundes Almeida: Escrever é um ato transformador!

“Vivemos em uma sociedade construída no racismo e preconceitos, na qual a mulher negra está na base da pirâmide social”

Edição: Vitor Diel
Arte: Giovani Urio

A arte de escrever nos permite colocar no papel as reflexões sobre diversos temas. Situações que norteiam nosso dia a dia e que, muitas vezes, são vivenciadas por nós. Causando dúvida até quando estamos escrevendo fatos reais, se somos ou não os protagonistas das histórias ou simplesmente criando situações imaginárias. Conceição Evaristo em seu livro Insubmissas Lágrimas de Mulheres nos alerta que “O real vivido fica comprometido. E que quando se escreve, o comprometimento (ou não comprometimento) entre o vivido e o escrito aprofunda ainda mais o fosso. Entretanto, afirmo que, ao registrar essas histórias, continua no premeditado ato de tratar uma escrevivência”.

Mantendo esse mesmo segmento, o Coletivo de Escritores Negros de Porto Alegre, entre outras atividades, está com quatro escritoras participando da coletânea Escrituras Negras III: As pretas também amam. São elas: Isabete Fagundes Almeida, Delma Gonçalves, Rosa Pereira e Simone Mello, além de outras 54 escritoras de norte a sul do País, através de contos, crônicas e poesias. Organizada por Jeovânia P., prefaciada por Cristiane Sobral, apresentação de Maria Anória de Jesus Oliveira, homenageando Geni Guimarães. Nesse ato revolucionário, as autoras nos convidam a pensar nas diversas formas de amar e serem amadas das mulheres negras, seus conflitos, alegrias, preterimentos, saúde mental e o bem viver.

Reprodução

Vivemos em uma sociedade construída no racismo e preconceitos, na qual a mulher negra está na base da pirâmide social. Onde dialogar com suas necessidades nem sempre é tranquilo, principalmente quando a subjetividade não é nutrida. Não é vitimismo reclamar, expor suas dores, pois o silenciamento só fortalecerá a manutenção do que já está ocorrendo.

Para a filósofa Djamila Ribeiro, “o lugar de fala favorece a participação de grupos que têm menos voz ativa nas decisões e rumos da sociedade”. Mulheres negras são diversas, amam de todas as formas e só pedem e merecem ser respeitadas

Isabete Fagundes Almeida, de Porto Alegre/RS. Formação superior em pedagogia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e pós graduada em Neuropsicopedagogia. Artesã, poetisa, escritora e coordenadora do grupo Haja Luz – Acervo Cultural Afrodescendente. Curso de extensão ERER e Saúde da população negra. Participa de várias coletâneas. Patrona da 1° feira do livro da escola de samba Protegidos da Princesa Isabel de Novo Hamburgo/RS e integrante do CEN- Coletivo de Escritores Negros de Porto Alegre/RS. Autora do livro ‘Passeio Poético’, Agbara edições (2020) e ‘Abrindo o Baú’, editora INDE (2021).

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