“Democráticas e sedutoras, as redes sociais acolhem a todos. Indistintamente”
Edição: Vitor Diel
Arte: Giovani Urio
Há que se ter coragem para realizar mudanças. É cômodo permanecer o mesmo embora o passar do tempo. Tanto nós quanto o outro já nos acostumamos a nossa imagem assim perpetuada: mesmas companhias, mesmos hábitos, mesmos gostos, mesmas opiniões, mesmos valores, mesmas dificuldades, mesmas qualidades e mesmos defeitos.
Em geral, os outros julgam que assim do jeito que somos é que somos felizes. Nem sempre. Inúmeras vezes estamos em conflito, com o outro ou com nossa própria imagem. Mesmo quando afirmamos, quando fincamos pé, quando parecemos muito decididos. No fundo, bem lá no fundo, gostaríamos que o outro nos compreendesse, que nos ajudasse a descer a máscara, que ouvisse nossos pensamentos, nos desse a mão e nos oferecesse, no mínimo, sua atenção. Mas o comprometimento que temos em relação à nossa imagem nos impede.
Alguns projetos de mudanças, eu consegui realizar com êxito, outros nem tanto. Porque eram difíceis, ou onerosos, ou descabidos, ou envolviam gente demais e tornavam-se complexos. Verdade é que perdemos o interesse em mudar ao defrontarmo-nos com os menores obstáculos. E isto pode ser fatal!
Cada um, a seu modo, sempre buscou o olhar do outro. O olhar de aprovação que confirma o desejo de ser mais simpático, mais bonito, mais inteligente e mais encantador. Mais tudo. Pelo olhar do outro.

Então, é hora de retribuir. Confirmar a veracidade. Depositar confiança. Aconteceu assim quando éramos pequenos e percebíamos os olhares de aprovação dos adultos frente a qualquer gracinha, mesmo desajeitada. Repetíamos as ações. Confiávamos. Entregávamo-nos.
Crescemos e perdemos um pouco deste fã clube, assim entusiástico. A adolescência nos deixou a desalento. Na juventude enfrentamos cobranças. A idade adulta, então, exigiu de nós, grande quantidade de siso e raríssimos risos.
E aí vem a Internet e nos presenteia com as redes sociais. Democráticas e sedutoras , as redes sociais acolhem a todos. Indistintamente.
Como não se bandear para um lugar onde existe a possibilidade de fazer centenas de amigos? E chegar a milhares, com uma simples operação de adição? Mesmo que virtuais, hoje acreditamos nestes novos olhares, nas curtidas e nos compartilhamentos.
Pois é aqui que me defronto cheia de dúvidas. Não me permiti o hábito de abrir minha vida, minha casa e meu lugar de fala, indistintamente, como a fazer propaganda constante de mim mesma. Tenho cá minha página, meus contatos, meus grupos. Faço minhas postagens, me mostro com alguma regularidade, porque afinal, é uma exigência dentro do espaço virtual que impera. Porém, minha preferência ainda é o espaço que me garante privacidade. Sites e blogs não têm, de longe, a visibilidade que as redes sociais oferecem. Mas os visitantes que ali chegam, muitos deles, deixam comentários. Acredito que sejam mais confiáveis.
Esta é a razão pela qual venho convidar os leitores assíduos da plataforma Literatura RS, a conhecerem meu site e meu blog. Recentemente, o site passou por atualização, está com novo formato e novas imagens e fotos. Sintam-se à vontade para transitarem pelos textos, acompanharem as notícias e ainda deixarem comentários. Costumo responder a todos. Logo, também o blog passará por reformulação.
Anotem aí: www.jacirafagundes.com.br e historiasquepintam.blogspot.com.

Jacira Fagundes é escritora, palestrante e ministra oficina literária desde 2005. Integrou a diretoria da AGES em três gestões. No momento faz parte do Conselho Fiscal da entidade. Por dois anos consecutivos, fez a Coordenadoria Regional/ Sul da AEILJ (Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil). Coordena o Grupo de Leitura e Criação Literária no Espaço Metamorfose Cursos, desde 2016. Organizadora de duas Coletâneas de Contos do Grupo Pra ver a banda passar…contando histórias de amor (2018) e da Coletânea Quando o verbo vira trama (2020), ambas publicadas pela Editora Metamorfose. Em 2021, ministrou oficina literária virtual de narrativa longa, que deve culminar com trabalho experimental na Internet em 2021. Tem 17 livros publicados. Dois no espelho – novela (2007, em primeira edição e 2014 em segunda) e No limite dos sentidos – contos (2009), pela Editora Movimento. Suas obras mais recentes são o infantil A Cadeira Contadeira pela Franco Editora, de Juiz de Fora/MG e Pequenos Notáveis – minicontos publicados pela Editora Metamorfose, de Porto Alegre. Ambas publicadas em 2018. E a segunda edição de Mania de Gavetas – infanto juvenil em 2020, pela Editora Alarte de POA. Em 2021, a obra infanto-juvenil Pinta uma história pra mim encontra-se em fase de publicação pela Editora Palavreado, do município de Guaíba. Promessa de lançamento ainda no primeiro semestre de 2021. É colunista no portal http://www.artistasgauchos.com.br.
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