Como criar um livro sobre uma cidade

Encontro sobre o livro ‘Viamão 300 Anos’ acontece na programação do Ciclo de Rodas de Conversas: Memórias

Edição: Vitor Diel sobre texto da assessoria
Arte: Giovani Urio sobre reprodução

No dia 31 de agosto, das 18h30 às 19h30, será realizado o encontro “Como criar um livro sobre uma cidade: a experiência do livro Viamão 300 Anos” no auditório do Memorial do Rio Grande do Sul (Rua Sete de Setembro, 1020 – Praça da Alfândega – Centro Histórico – Porto Alegre/RS). Participam os organizadores do livro Elmar Bones e José Barrionuevo, além do historiador e gestor cultural Vitor Ortiz. A atividade é uma parceria da instituição com a Voz Cultural e Editora Já e ocorre dentro da programação do Ciclo de Rodas de Conversas: Memórias, vinculado à 5ª edição do Dia do Patrimônio Cultural.

Maior município da Região Metropolitana de Porto Alegre e três vezes o tamanho da capital, com dois terços de sua área de1.500 quilômetros quadrados reservados à preservação e formados por dois grandes parques, quatro banhados, lagoas, morros, florestas, campos e dunas, além de 108 quilômetros de praias. Estas são algumas das riquezas sociais e ambientais de Viamão, município cujos trezentos anos de história são celebrados numa publicação especial, o livro de fotografias e textos Viamão 300 anos.

Com organização de Elmar Bones e José Barrionuevo, e produção cultural de Vitor Ortiz, a obra apresenta mais de trezentas fotos em duzentas páginas, prefácio de Eduardo Bueno, e textos que passeiam pelo passado histórico do município, pelas particularidades ambientais e pelo potencial social e econômico do espaço antigamente chamado “Campos de Viamão” e onde se formaram as primeiras povoações no Rio Grande do Sul, no início do século XVIII.

A pesquisa realiza um resgate desde os primórdios da colonização portuguesa da região — debatendo a origem do nome “Viamão” — até a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, tombada como patrimônio histórico nacional e projetada pelo mesmo arquiteto militar José Custódio de Sá e Faria, que foi governador na mesma época em que o Arraial foi considerado sede do governo do Continente do Rio Grande. O trabalho também resgata manifestações de entusiastas do território, como o botânico francês Auguste Saint-Hilaire e o ambientalista José Lutzenberger. Segundo Barrionuevo, “foram dois anos de pesquisas sobre a importância histórica dos Campos de Viamão, definidos em mapa até como Continente de Viamão, sobre um passado que foi determinante na formação da identidade dos gaúchos”.

Entre os tesouros socioambientais da região, estão o Parque de Itapuã, o Parque Saint-Hilaire e a riqueza de fauna e flora da APA (Área de Proteção Ambiental) do Banhado Grande, na divisa com Gravataí, Glorinha e Santo Antônio da Patrulha. O geólogo e professor Rualdo Menegat, o mesmo autor do Atlas Socioambiental de Porto Alegre, em seu texto no livro, apresenta as paisagens de Viamão e analisa a morfologia do solo no território, constatando o encontro de quatro diferentes regiões geomorfológicas que caracterizam o estado: Planalto Meridional, Depressão Periférica, Planalto Sul-Rio-Grandense (também chamado de Escudo Sul-Rio-Grandense) e Planície Costeira.

Reprodução

Por fim, o livro elenca os potenciais do município na atualidade, em especial o mercado do ecoturismo com o crescimento de iniciativas ligadas ao meio ambiente: educação ambiental, lazer e esportes junto à natureza, produção de alimentos orgânicos e espiritualidade, o que é favorecido pela proximidade com a Região Metropolitana e também pela posição estratégica em relação ao sistema rodoviário e ao principal aeroporto do Estado. São apresentados empreendimentos inovadores como o conhecido Vila Ventura, o espaço gastronômico-cultural O Butiá, os campos de oliveiras, a viticultura, as cabanhas, a produção de orgânicos e lugares voltados ao estilo de vida saudável e de elevação espiritual como o Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEEB), do líder espiritual Lama Padma Santem, localizado no Caminho do Meio.

A publicação, que é financiada com recursos do Pró-cultura e patrocínio das empresas Coopernorte e Vetlog, pode ser adquirida por R$ 100. Como forma de democratizar seu acesso, parte da tiragem será comercializada pelo valor promocional de R$ 50 para estudantes, professores e frequentadores de programas sociais, educativos e culturais (pedidos devem ser encaminhados pelo Instagram @livroviamao300anos). Também serão distribuídos gratuitamente 200 exemplares para o Sistema Estadual de Bibliotecas do Rio Grande do Sul.

Viamão 300 anos
Org. de Elmar Bones e José Barrionuevo
200 p.
R$ 100
Editora Já

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