Livro de Rafael Guimaraens recupera a história daquela que foi a maior inundação a atingir o RS e a capital gaúcha até então
Edição: Vitor Diel com texto da assessoria
Arte: Giovani Urio sobre reprodução
O setor livreiro foi duramente impactado pelo desastre climático que assolou o Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, a Libretos Editora sofreu perda significativa de seu acervo. Com 25 anos de atuação, a empresa mantém seu foco editorial comprometido com a valorização da memória e da cidadania. Um dos destaques de seu catálogo é o livro A enchente de 41, do escritor e jornalista Rafael Guimaraens, que recupera a história da inundação da Porto Alegre oito décadas atrás.
Lamentavelmente os exemplares que estavam armazenados no depósito da editora foram destruídos pelos alagamentos que castigaram a cidade no mês de maio, superando o dilúvio de 1941. O depósito na Voluntários da Pátria foi inundado, afetando 12 mil livros do catálogo da editora, o que representa um prejuízo de R$ 300 mil.
A rua do escritório da Libretos, no bairro Menino Deus, também alagou duas vezes. Como ação de recomeço foi providenciada a sétima reimpressão de A Enchente de 41, de forma que o livro já pode ser adquirido nas livrarias parceiras, como Café Mal Assombrado, Clareira, Cirkula, Gato Preto, Isasul, Londres, Macun, Paralelo 30, Pocket, Santos e Vanguarda. Ou ainda no site da editora ou pelo whatsapp (51) 9355-4456.
No dia 21 de junho, sexta-feira, Guimaraens vai participar da 1ª edição dos Diálogos Amelie – série sobre o Meio Ambiente. O encontro será no Espaço Amelie (Rua Vieira de Castro, 439 – bairro Farroupilha, em Porto Alegre/RS), às 16h, com uma conversa sobre Porto Alegre no contexto histórico da Enchente de 1941, como aconteceu o episódio e suas consequências, além de enfoque na construção do Muro da Mauá. O livro estará disponível no local.
Sobre a obra
A Enchente de 41 é um livro em forma de álbum que tem o objetivo de mostrar o que aconteceu entre 10 de abril e 12 de maio de 1941, quando Porto Alegre viveu sua maior catástrofe no século XX. Primeiro, veio a chuva. Depois, a fúria dos rios, que violou domicílios e estabelecimentos. Uma enchente de 22 dias quebrou a rotina da cidade de forma violenta, espalhando pânico e desespero. Cerca de 70 mil pessoas deixaram suas casas — um quarto da população de Porto Alegre à época. Foi a quarta grande enchente num período de 15 anos e a mais devastadora de todas. As águas destruíram casebres e invadiram fábricas; alagaram os Correios e Telégrafos, o Mercado Público, a Prefeitura, o Cais do Porto, a Estação Ferroviária, o Aeroporto Municipal e a Usina do Gasômetro, deixando a cidade sem luz, bondes e comunicação. Escolas, cinemas e vagões de trem foram transformados em albergues. Barcos transportavam passageiros pelas ruas centrais em linhas regulares anunciadas pelo rádio, como se estivéssemos em Veneza. A enchente atingiu 4,76 metros de altura e alcançou a Rua da Praia, no coração da cidade, inundando cinemas, lojas bancos e cafés. Mais de 600 empresas demoraram meses para reabrir. Muitas não conseguiram. As 120 imagens expõem o trauma e as impressionantes modificações que a cidade sofreu naqueles dias.
Sobre o autor
Rafael Guimaraens é jornalista profissional desde 1976. Atuou como repórter, editor e secretário de redação da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre (Coojornal). Foi editor de Política do jornal Diário do Sul. Tem uma produção autoral de livros sobre fatos marcantes de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, solidificando sua presença nos setores histórico e cultural. Com Tragédia da Rua da Praia, de 2005, recebeu o prêmio O Sul Nacional e os Livros na categoria melhor narrativa longa — este livro teve uma versão em quadrinhos com Edgar Vasques. Seguiram-se Abaixo a Repressão – Movimento Estudantil e as Liberdades Democráticas (com Ivanir Bortot, 2008), e Teatro de Arena – Palco de Resistência (2009), vencedor do prêmio Açorianos nas categorias Especial e Livro do Ano. Com A Enchente de 41 recebeu em 2010 o Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores (AGES), como melhor livro de não-ficção. Com O Sargento, o Marechal e o Faquir (2016), foi novamente agraciado com o Prêmio da AGES, desta vez na categoria Especial, e com 20 Relatos Insólitos de Porto Alegre (2017) ganhou o Prêmio Minuano de Literatura. Publicou Fim da Linha – Crime do Bonde em 2018 e no ano seguinte O Espião que Aprendeu a Ler, vencendo seu terceiro Prêmio AGES, desta vez em melhor narrativa longa. Em 2021, recebeu menção honrosa do Prêmio Açorianos com 1935, também na categoria narrativa longa. E, em 2022, lançou O Incendiário. Todos esses títulos e os demais foram publicados pela editora Libretos. Em 2022 recebeu o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre por sua contribuição ao jornalismo e à literatura, refletida em sua obra dedicada à memória da cidade. E, na edição 2023 do Prêmio Açorianos de Literatura, realizada em abril deste ano, foi homenageado especial pelo conjunto da obra.

A Enchente de 41
Rafael Guimaraens
100 p.
Libretos
R$ 49,90
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