Em três encontros, o escritor analisa a obra do autor de ‘O Aleph’
Edição: Vitor Diel com texto da assessoria
Arte: Giovani Urio sobre reprodução
O escritor, professor e tradutor Rafael Bassi estará no Instituto Ling no mês de setembro para ministrar um curso dedicado ao universo literário do autor argentino Jorge Luis Borges. A atividade, dividida em três encontros, nos dias 5, 12 e 19, sempre nas quintas-feiras, às 19h, revisitará a obra do portenho, considerado um dos mais influentes e inovadores escritores do século 20.
Temas como a memória, a história, o duelo, o gauchismo, a escrita e, principalmente, a leitura, sempre marcantes nos textos borgeanos, serão explorados a partir de diferentes produções escritas entre os anos 1940 e 1970. Entre leituras, interpretações e discussões, serão destrinchados contos que buscam a atenção do leitor, como Emma Zunz, Funes, o memorioso, O Sul e o famoso O Aleph, considerado pela crítica um dos pontos culminantes da ficção de Borges.
As inscrições custam R$ 360 e podem ser feitas no site www.institutoling.org.br ou na recepção do centro cultural (Rua João Caetano, 440, no bairro Três Figueiras). Para participar, não é necessário conhecimento prévio. Professores da rede pública de ensino, das séries básica, fundamental e média, podem solicitar bolsa de estudo com 80% de desconto, escrevendo para o e-mail instituto.ling@institutoling.org.br.
Mais sobre o autor homenageado
Escritor, poeta, crítico literário, tradutor e ensaísta, Jorge Luis Borges nasceu em 1899, em Buenos Aires. Desenvolveu a paixão pelos livros ainda criança, brincando em meio a biblioteca do pai. Em 1914, mudou-se com a família para a Suíça, para que seu pai pudesse tratar o avanço da perda de visão – mesmo mal que mais tarde acometeria Borges, que ficou cego ainda muito cedo, aos 55 anos. Também morou na Espanha, onde teve contato com movimentos literários de vanguarda como o Ultraísmo, e toda a efervescência cultural dos anos 20. De volta à Argentina em 1921, criou a coleção de poemas Fervor de Buenos Aires (1923), sua primeira publicação, lançando outros seis livros nos próximos sete anos.
A partir da década de 1930, passou a se dedicar mais à produção de contos, mais tarde reunidos em seus livros mais conhecidos, Ficções (1944) e O Aleph (1949). Mesmo com o problema de visão, que foi gradualmente avançando ao longo da vida até se fechar por completo na cegueira, Borges seguiu produzindo com a ajuda da mãe e de assistentes como o escritor Alberto Manguel, na época ainda um adolescente, que liam para Borges seus textos e para quem ele ditava sua produção. Mesmo cego, passou a ministrar aulas na Universidade de Buenos Aires e se tornou diretor da Biblioteca Nacional da Argentina, cargo que ocupou por 18 anos. Seu imenso reconhecimento internacional começou em 1961, quando recebeu, junto com Samuel Beckett, o prêmio Formentor dos International Publishers – o primeiro de uma longa série. Reconhecido pela sua versatilidade e produtividade, publicou mais de 40 obras em sua vida. Faleceu em Genebra, em 1986.
Sobre o ministrante
Rafael Bassi é graduado em História (UFPR); graduando em Letras (UCS); especialista em História Cultural (UTP) e Filosofia Contemporânea (IMED); mestre em História (UFRGS) e em Letras / Escrita Criativa (PUCRS) e doutorando em Letras (PUCRS); doutor em História (UNICAMP). Autor de A escrita da História e o Rei (Editora Oikos, 2014), Sobre a escrita da História na Idade Média (Editora Class, 2021) e dos livros de contos O homem que gostava dos russos (Editora Patuá, 2018, e Editora Gato Bravo, Portugal, 2019) e O dia em que enganamos a morte & outros contos (Editora Zouk, 2022).
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