Livro premiado de Paulo César Teixeira ganha edição especial de dez anos de publicação
Edição: Vitor Diel com texto da assessoria
Foto: Reprodução
Cantora de jazz e blues, solista dos corais da UFRGS e da OSPA e bailarina clássica falecida em 2005, Nega Lu ainda é um dos nomes mais reconhecidos da história dos movimentos LGBTQIAPN+ e negro de Porto Alegre. Uma artista irreverente e corajosa por se expor num cenário adverso – além do ambiente hostil de uma ditadura militar, vivia numa cidade extremamente conservadora e provinciana, onde qualquer manifestação pública de afeto e de sexualidade dissidente era vista como tabu. Nascida Luiz Airton Bastos, Nega Lu, que ganhou notoriedade na cena cultural e boêmia de Porto Alegre ao final do século XX, teve sua memória preservada no livro Nega Lu – Uma dama de barba malfeita, do jornalista Paulo César Teixeira — obra vencedora do Prêmio da Associação Gaúcha de Escritores na categoria Não Ficção em 2016.

No dia 10 de abril, às 19h, no Bar do Alexandre (Rua Saldanha Marinho, 120 – Menino Deus), o autor encontra os leitores em um bate-papo com Aírton Bastos (sobrinho da Nega Lu), Maythê (amiga pessoal), Coié (líder da banda Rabo de Galo, que tinha a Nega Lu como crooner) e Thiago Pirajira (fundador do Bloco da Laje). O evento vai contar com a trilha sonora do DJ Kafu e sessão de autógrafos.
Edição especial
Além de mudança na capa, foram feitas pequenas alterações relativas a termos ou expressões que, uma década atrás, soavam como naturais ou consensuais e, hoje, podem dar brecha a preconceitos. A evolução da linguagem acompanha um mundo em permanente mutação.

“Nega Lu transformou-se em uma figura popular, a princípio, restrita às fronteiras de um gueto boêmio e cultural, depois expandindo-se cada vez mais para além da redoma da contracultura local. Os relatos acerca de suas peripécias, quase todos convergentes e repetitivos, apontam os traços anticonvencionais de sua personalidade. A bem da verdade, não faltava quem tivesse uma história para contar sobre a Nega Lu. O que mais poderia desejar um biógrafo?”, comenta Teixeira sobre o processo de pesquisa.
Sobre o autor
Paulo César Teixeira frenquentou a Esquina Maldita na segunda metade da década de 1970, a princípio quando estudava no Julinho e, depois como aluno do curso de Comunicação Social da UFRGS. Com textos em Istoé, Veja, Época, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Diário do Sul entre outras publicações, lançou em 2010 o livro Darcy Alves – Vida nas cordas do violão (Editora Libretos), biografia do violonista Darcy Alves, parceiro de boemia de Lupicínio Rodrigues. Em 2005 e 2008 Paulo César, o Foguinho recebeu o Prêmio ARI (Associação Riograndense de Imprensa) de Reportagem Cultural por Um certo Erico Verissimo e A Rua da Margem, ambas publicadas na revista Aplauso. O autor lançou os livros Esquina Maldita (2012), Nega Lu – Uma dama de barba malfeita (2015) e Rua da Margem – Histórias de Porto Alegre (2019). Os dois últimos venceram o Prêmio AGES, categoria Não Ficção, respectivamente, em 2016 e 2020. Os livros de Paulo César Teixeira foram lançados pela Libretos Editora.

Nega Lu – Edição especial: Uma dama de barba malfeita
Paulo César Teixeira
188 p.
R$ 50
Libretos Editora
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