Escrita pelo jornalista Márcio Pinheiro, obra recupera a complexidade do comunicador falecido em 2017

Edição: Vitor Diel
Arte: Reprodução

Tudo que se falava sobre o comunicador gaúcho Paulo Sant’Ana não era exagero. As 286 páginas do livro Paulo Sant’Ana – O Gênio Indomável, resultado de um ano de pesquisas do jornalista Márcio Pinheiro, chancelaram a possibilidade de tudo dito ou pensado sobre o excepcional comunicador e um dos maiores gremistas de todos os tempos, falecido aos 78 anos em 2017, ser absolutamente verdade.

Para escrever os 20 capitulos sobre toda a sorte de assuntos da trajetória da comunicação ao divã e do cigarro ao Viagra, Márcio considerou a miríade de sentimentos que Sant’Ana provocava: amor, paixão, amizade, respeito, admiração, parceria, ódio, rancor, medo, clume, inveja, ressentimento.

O lançamento pela Editora AGE será no dia 22 de julho (terça-feira), na livraria A Página, no Shopping Praia de Belas (Av. Praia de Belas, 1181 – Porto Alegre/RS).

No Inicio de 2024, Márcio foi desafiado pelo empresário Fernando Ernesto Corrêa a se debruçar sobre a vida do homem que, na infância e juventude, foi entregador de jornais, vendedor de balas no Programa Maurício Sobrinho no Cinema Castelo e até feirante. Amigos durante quatro décadas, eles foram companheiros na RBS, um como comunicador e o outro como executivo.

Para contar sobre a “lenda”, Márcio leu e releu milhares de crônicas na Zero Hora, até porque a contabilidade de Sant’Ana acusava 16 mil textos. “Fui aos textos, conversel com mais de 30 colegas, parentes, chefes, médicos e confrades. Foram unanimes em ressaltar a inteligência e a rapidez de raciocinio, da mesma forma que flagravam o temperamento mercurial, as inseguranças e a infinita necessidade de se afirmar e de ser reconhecido”, detalha Márcio.

No programa Sala de Redação, da Rádio Gaucha, Sant’Ana confirmou seu talento. Ao longo do tempo, manteve debates memoráveis com os colorados Ibsen Pinheiro e Guerrinha e com os gremistas Cacalo e David Coimbra entre outros.

Já a coluna diária de Sant’Ana no jornal Zero Hora, como observa o autor, era um organismo com personalidade, ia se formando e se constituindo ao longo das 24 horas que separavam uma da outra. Daí, Sant’Ana viver em um looping incessante.

Fermando Ernesto acertou so referir outra das particularidades reveladoras do biografado. “O Sant’Ana superinteligente também era muito vivo. Quando estava comigo, dizia que o Rio Grande tinha apenas três gênios. Ele, o Jayme Caetano Braun e eu. Quando estava com o Nelson Sirotsky e com outros poucos amigos que respeitava, dizia a mesma coisa, só mudando a terceira pessoa do vértice do triângulo.

Sobre o autor
Márcio Pinheiro é jornalista e trabalhou em redações de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. Desde 2010, atua como produtor cultural e também faz roteiros para documentários. Colabora ainda com diversas publicações impressas e on-line. É autor dos livros Esse Tal de Borghetinho (Belas Letras, 2015), Rato de Redação: Sig e a História do Pasquim (Matrix, 2022), finalista do Prêmio Jabuti de 2023, e O Que Não Tem Censura nem Nunca Terá: Chico Buarque e a Repressão Artística durante a Ditadura Militar (L&PM Editores).