Todos aqueles sapatos vermelhos

Nikelen Witter reúne em livro ensaios originalmente publicados em blog sobre questões de gênero

Edição: Vitor Diel sobre texto da assessoria
Foto: Divulgação

Todos Aqueles Sapatos Vermelhos, de Nikelen Witter, reúne ensaios que transitam entre a memória, a crítica social e a reflexão histórica. A publicação dá nova vida a textos originalmente publicados no seu blog Sapatinhos Vermelhos, abordando temas como gênero, poder, feminicídio e a urgência de revisitar histórias silenciadas.

“Já há algum tempo eu pensava em transformar esses textos em livro. Durante a pandemia, revisitando o material, percebi que eram ensaios que ainda faziam muito sentido. Não havia motivo para que ficassem esquecidos em um computador”, explica Nikelen.

O título remete a uma imagem simbólica e multifacetada: dos contos de Andersen às leituras contemporâneas sobre poder, coragem e feminicídio. “Os sapatos vermelhos são um símbolo de desejo de ser e estar no mundo, mas também de risco. Muitas artistas os utilizam como metáfora para o feminicídio, lembrando mulheres que ousaram e foram assassinadas por serem mulheres”, completa.

Combinando escrita pessoal, pesquisa histórica e análise crítica, a obra se apresenta como uma ferramenta de ruptura diante de padrões impostos, dores normalizadas e histórias silenciadas. A autora ressalta que, ao revisitar os textos, preferiu preservar suas datas originais de publicação: “Quis mostrar que, mesmo depois de uma década, muitas reflexões permanecem urgentes. Infelizmente, muita coisa não mudou.”

A obra será lançada oficialmente no dia 3 de setembro, às 19h, na Feira do Livro de Santa Maria, além de, posterioramente, na Feira do Livro de Porto Alegre e na Feira do Lviro de Uruguaiana.

Sobre a autora
Nikelen Acosta Witter é escritora, historiadora e professora universitária. Desde 2016, atua no Departamento de História da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com pesquisas voltadas a gênero e literatura de massas. Antes disso, lecionou no Centro Universitário Franciscano por 16 anos e foi colunista do jornal Sul21. Formada em História pela UFSM, é mestre pela PUCRS e doutora pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com estudos voltados a práticas de cura e epidemias no século XIX no Brasil. Uma das principais vozes do steampunk brasileiro, autora de Territórios Invisíveis; Viajantes do Abismo, obra indicada ao Jabuti e vencedora do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica, e co-autora de Guanabara Real: A Alcova da Morte, livro vencedor dos prêmios Le Blanc e AGES.