Uma delicada história de amor

Henrique Schneider analisa as camadas do inesperado sentimento amoroso em uma sociedade de contradições

Edição: Vitor Diel sobre texto da assessoria
Foto: Divulgação

Já está disponível no site da L&PM Editores A memória das rosas, novo romance de Henrique Schneider. A obra acompanha uma pequena cidade de colonização germânica, próxima a Porto Alegre, algumas décadas atrás. Orgulhosa de seu progresso — o empório, o hotel, as ruas calçadas, a fábrica recém-inaugurada, a escola para moças, a comunidade se vê como moderna, mas guarda em silêncio seus tabus e contradições.

É nesse cenário que chega Catarina, professora vinda da capital, mulher independente, culta e solteira, cuja presença logo desperta olhares de admiração e desconfiança. Entre lições de piano, biscoitos de polvilho, segredos murmurados e flores roubadas do jardim, nasce uma relação inesperada entre a professora e sua jovem aluna Hannah.

Com estilo apurado e delicadeza rara, Schneider retrata o despertar da sexualidade em um ambiente conservador, explorando a intensidade dos sentimentos e a complexidade dos afetos humanos.

Com 168 páginas, A memória das rosas tem preço de R$ 54,90.

Confira um trecho abaixo:

“Eva olhou para a rosa ardente em suas mãos, flor que lhe custara tanto a arrancar da terra, e depois procurou o relógio da estação: nove e vinte. Em dez minutos, o trem chegaria, caso não se atrasasse (era terça-feira, um dia calmo: certamente estaria no horário). Enquanto olhava os campos ondulados e atravessados por capões que se estendiam por trás da gare e cuja placidez contrastava com a rapidez cada vez maior das ruas da vila, pensava em como seria a nova professora, essa professora que daria aulas a Hannah e a todas as moças. Catarina parecia vir com os melhores predicados; havia sido mestra em mais de uma escola em Porto Alegre. Da última, explicara ela numa carta de apresentação, apenas saíra por conta de um problema de saúde, já superado.

Chegava agora, trazendo ares ainda mais modernos ao educandário e à vila: uma professora vinda da capital, vivência de cidade grande, certamente acrescentaria ao lugar mais do que simples aulas de sua matéria. E lecionava português, matéria cada vez mais importante, as meninas precisavam sabê-lo bem para seus futuros, pensou Johann. Saber o alemão ensinado em casa já não era suficiente nestes tempos em que, cada vez mais, o mundo brasileiro os cercava. Negócios, sociedade, política – era preciso falar português”.

Sobre o autor
Henrique Schneider é advogado e escritor. É autor de diversas obras, dentre as quais Contramão (Bertrand, 2007), finalista do Prémio Jabuti, Respeitável público (Dublinense, 2015), A solidão do amanhã (Dublinense, 2022) e Setenta (Não Editora, 2019), Prêmio Paraná de Literatura, já publicado na Itália, Indonésia e Egito. De sua autoria, a L&PM Editores publicou O grito dos mudos (1989), vencedor do Prêmio Mauricio Rosenblatt na categoria Romance.

A memória das rosas
Henrique Schneider
168 p.
R$ 54,90
L&PM Editores
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