João Pedro Schmidt publica estudo sobre mudanças climáticas e pergunta: por que o mais grave problema da Humanidade não se tornou o problema político número um?
Edição: Vitor Diel com texto da assessoria
Arte: Giovani Urio sobre reprodução
“O tempo disponível para transformações socioeconômicas que evitem o agravamento da crise climática está se esgotando rapidamente”, alerta o doutor em ciência política, professor e pesquisador da Universidade de Santa Cruz (Unisc), João Pedro Schmidt. Ele é autor do livro Mudanças climáticas: por que o mais grave problema da Humanidade não se tornou o problema político nº 1?.
Resultado de cinco anos de estudos, a obra trata das alterações do clima sob o ângulo das ciências sociais e o papel das políticas públicas na correção de rumos para o reequilíbrio climático. Para o autor, as mudanças climáticas são um fenômeno sociopolítico que se manifesta climatologicamente e alerta para a necessidade de um senso de urgência de governos, empresas e sociedade civil para ação imediata, dada a gravidade sentida em várias partes do mundo.
Modelo capitalista aquece o planeta
“As atuais alterações do clima nada tem a ver com os ciclos naturais de aquecimento e resfriamento do planeta em eras passadas: são fruto de um certo modo de produzir, consumir e viver dos humanos, que se refletem em políticas públicas e em modos de governar”, pontua o pesquisador.
A partir de gráficos, figuras, análises, o autor demonstra que a super produção e super consumo são os causadores do incremento das emissões dos gases de efeito estufa. Mesmo com a gravidade constatada em várias partes do mundo, nem governos nem grandes corporações econômicas romperam com a lógica capitalista geradora deste quadro.
O pesquisador também discute as possibilidades de solução mediante uma cooperação pública com objetivo comum entre os povos para o reequilíbrio a partir de um modo de vida simples e sustentável.
Entre medidas elencadas estão as já aplicáveis como energias limpas, reflorestamento em massa, transporte público, bicicletas, edificações sustentáveis, agricultura e pecuária regenerativas, menor consumo de carnes; meias-soluções (créditos de carbono, carros elétricos), soluções controversas (captura de carbono, biotecnologia) e não-soluções (fertilização oceânica, geoengenharia solar, refúgio em bunkers subterrâneos). “Senso de urgência para agir e políticas públicas de largo alcance são indispensáveis”, insiste o professor, que disponibilizou a obra em formato digital gratuitamente.
Sobre o autor
João Pedro Schmidt é mestre em filosofia e doutor em ciência política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com pós-doutorado pela The George Washington University, EUA. Professor da Universidade de Santa Cruz do Sul – Unisc, lotado no departamento de Ciências, Humanidades e Educação, atua como docente e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Direito – Mestrado e Doutorado.

Mudanças Climáticas: Por que o mais grave problema da Humanidade não se tornou o problema político nº 1?
João Pedro Schmidt
307 p.
EDUNISC
R$ 40
Disponível em PDF aqui
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