O relato de uma sobrevivente

Michelle Aparecida Marques dos Santos compartilha sua história de vida sobre resistência e força

Edição: Vitor Diel sobre texto da assessoria
Arte: Reprodução

O livro Cicatrizes da Rua — com lançamento previsto para o próximo dia 18 de dezembro, às 19 horas, na Casa Alice (Rua Olavo Bilac, 188 – Porto Alegre/RS) — conta a história de uma mulher que viveu toda a adolescência nas ruas, que foi dependente química, que foi abusada de todas as formas possíveis e que perdeu a guarda dos filhos. Sua autora, Michelle Aparecida Marques dos Santos, esteve no fundo do poço e saiu sozinha. Trata-se do relato de uma sobrevivente: visceral, autêntico e de um realismo otimista capaz de surpreender quem lê.

Editada por meio de uma parceria entre a Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (ALICE) e a Editora Libretos, a obra contou com o financiamento do Instituto Koinós. Cicatrizes da Rua tem edição de texto de Rosina Duarte, coordenação editorial de Clô Barcellos e design gráfico de Cristina Pozzobon. A apresentação do livro está a cargo da escritora, farmacêutica bioquímica e curadora da literatura negra na Feira do Livro, Lilian Rocha.

Para Michelle, sua escrita é um grito da alerta: “Eu gostaria que este livro inspirasse jovens e adolescentes a pensarem 10 vezes antes de entrar no mundo das drogas, nem mesmo as sintéticas e legais, como os comprimidos, álcool e fumo. Porque depois de entrar, é muito difícil sair”.

Para os leitores de todas as idades, o livro vai além. Sem discursos ou pretensão de posar como heroína, Michelle deixa claro que só existem dois caminhos para um ser humano quando chega ao seu limite: resistir ou desistir. No seu caso, mesmo em meio ao caos, ela resistiu, mantendo o vínculo com a família e o trabalho no jornal Boca de Rua por mais de duas décadas. Hoje, além do Boca, é padeira do Clube de Pães Amada Massa e facilitadora social do projeto Todos na Rua. Agora, também escritora.