Arthur de Faria lança biografia musical de Lupicínio Rodrigues

Autor conversa sobre a obra com Luís Augusto Fischer no sábado, 27 de maio, em Porto Alegre

Edição: Vitor Diel sobre texto da assessoria
Arte: Giovani Urio sobre reprodução

O músico e jornalista Arthur de Faria lança no sábado, 27 de maio, o terceiro livro de sua série sobre a música de Porto Alegre. No volume, ele se debruça sobre a trajetória de Lupicínio Rodrigues, um dos maiores compositores da música popular brasileira. O lançamento acontece a partir das 16h no bar Guernica (Travessa dos Venezianos, 44 – Porto Alegre/RS) e terá bate-papo entre o autor e o professor Luís Augusto Fischer, além de pocket show com repertório de Lupicínio Rodrigues interpretado pela cantora Glau Barros e pelo violonista Mathias Pinto, seguido de sessão de autógrafos com o autor.

O evento ocupa um espaço simbólico pela proximidade da Ilhota, bairro onde o biografado nasceu e passou seus 60 anos de vida, e pela conexão com a boemia e a musicalidade que marcaram a história do compositor.

Em Lupicínio: uma biografia musical, Arthur de Faria mergulha em boas histórias que percorrem a vida do compositor: a infância em Porto Alegre, a rotina boêmia e doméstica de Lupi, encontros memoráveis com Elis Regina, Elza Soares, João Gilberto e Caetano Veloso, e os bastidores de composições como Se acaso você chegasse, Nervos de aço, Vingança e Cadeira vazia. A trajetória de Lupicínio Rodrigues, um compositor negro de classe média-baixa no sul do Brasil, é contada no contexto da censura na Era Vargas, do nascimento do samba e da música regional.

Confira abaixo um trecho da obra:

“Lupicínio pertence à mesma geração que colocou Porto Alegre no mapa literário brasileiro, via Editora Globo: Dyonélio Machado (1895/1985), Erico Verissimo (1905/1975), Mario Quintana (1906/1994) e Telmo Vergara (1909/1967). Todos mais velhos do que ele (1914/1974), mas que tornaram-se nomes conhecidos nesses mesmos anos (uns mais, outros menos). Some-se a eles a redescoberta de Simões Lopes Neto, que morrera quando Lupicínio tinha apenas dois anos, mas seria reeditado e finalmente reconhecido como o gênio que era somente a partir de 1949.

Erico e Lupicínio eram naquele momento o escritor e o compositor gaúchos mais comentados da literatura e da música brasileiras. Eram então os maiores artistas de seu estado. O interessante nisso é que a inscrição de ambos na corrente principal das artes de seu país acontece graças a movimentos opostos.”
(p. 168)

Sobre o autor
Arthur de Faria é músico, arranjador e compositor. Doutor em Literatura Brasileira pela UFRGS com tese sobre Lupicínio Rodrigues, produziu 28 discos e dirigiu 12 espetáculos. Escreveu 52 trilhas para cinema e teatro em Porto Alegre, São Paulo e Buenos Aires. Lidera a Tum Toin Foin Banda de Câmara e integra os grupos transnacionais Música Menor e Surdomundo Imposible Orchestra (com uruguaios, brasileiros e argentinos). Lançou 20 álbuns, EPs e singles e tocou em meia dúzia de países. Ministra cursos sobre música popular brasileira no Brasil, Argentina e Uruguai. Trabalhou 23 anos em rádio e três em jornal. Publicou ensaios, artigos, fascículos e livros sobre música popular — entre eles, Um século de música no Rio Grande do Sul, Elis: uma biografia musical e Porto Alegre: uma biografia musical.

Lupicínio: uma biografia musical
Arthur de Faria
376 p.
R$ 79,90
Arquipélago
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