AJEB-RS instala poeta gaúcha Delfina Benigna da Cunha como patrona

Edição: Vitor Diel com texto da assessoria
Arte: Giovani Urio sobre reprodução

A AJEB-RS – Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – Coordenadoria RS – promoveu de forma online na quinta-feira, 6 de maio, a reunião mensal com o tema Mulheres na Literatura Gaúcha. A reunião iniciou com a acolhida da Presidente Coordenadora da AJEB-RS, escritora e psicóloga Eliane Tonello, e da Vice-Presidente, a escritora, professora e tradutora, Andrea Barrios, ambas coordenadoras do evento da noite. Na sequência, as palestrantes convidadas, ajebianas desde 1997, Berenice Sica Lamas – psicóloga, escritora e oficineira – e Maria da Glória Jesus de Oliveira – advogada e escritora – apresentaram às ajebianas e convidados um pouco da história das autoras na literatura gaúcha, destacando escritoras-referências, em recorte temporal desde a década de 40 à contemporaneidade.

Entre outras, foram apresentadas Lila Ripoll, Ana Aurora do Amaral Lisboa, Lara de Lemos, Patrícia Bins, Valesca de Assis, Maria Carpi, Jane Tutikian. Depois, a palestra coube a Suzete Maria Santin, doutora em teoria da literatura, especialista em literatura contemporânea e mulheres do século XIX, que apresentou a escritora Delfina Benigna da Cunha, nascida no séc. XVIII, sua história e obra, a qual, em seguida, na voz da Presidente coordenadora da AJEB-RS, foi oficialmente declarada como a Patrona da AJEB-RS. Seguiu-se a fala da Presidente Nacional, Maria Odila Menezes, que teceu considerações sobre a homenageada da noite.

Saiba mais sobre Delfina Benigna da Cunha, “a poeta cega”

Nasceu em 17 de junho de 1791, na estância do Pontal, em São José do Norte, município sul-rio-grandense localizado no extremo sul do estado, e morreu aos 65 anos de idade, em 16 de abril de 1857, no Rio de Janeiro. Aos 20 meses de idade fica cega em decorrência da varíola. Recebeu, apesar de ser de forma domiciliar, uma sólida educação, e aos doze anos já estaria alfabetizada. Obteve o patrocínio do imperador, auxílio importante para sua sobrevivência. Em 1834, com a chegada das máquinas impressoras na Província de São Pedro, Delfina deu o passo inaugural e, nesse mesmo ano, publicou o primeiro livro de poesia que seria também o primeiro impresso no Rio Grande do Sul de título: Poesias oferecidas às senhoras rio-grandenses – pela Tipografia Fonseca & Cia., de Porto Alegre. Delfina é a patrona da cadeira nº 1 da Academia Literária Feminina do RS e da cadeira nº 39 da Academia de Artes Literárias e Culturais do Estado do RS.

“A AJEB-RS este ano completa 41 anos e esta foi uma noite especial para todas nós, com um número expressivo de participantes virtuais. A partir deste momento temos uma patrona: Delfina Benigna da Cunha. Nossa homenagem póstuma, portanto, a essa pioneira escritora gaúcha, que já no séc. XIX publicou seus poemas”, comenta a Presidente Coordenadora Eliane Tonello.

Sobre a AJEB

A Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil foi fundada em 1970 pela jornalista e escritora Hellê Velozo Fernandez, com o intuito de proporcionar espaço às mulheres na literatura brasileira, para além dos tradicionais cuidados com os afazeres da casa e da família. Hoje, a AJEB se faz presente em 16 estados brasileiros sob o lema A perenidade do pensamento pela palavra, criado pela ajebiana gaúcha Maria Eunice Kautzmann, a primeira coordenadora da AJEB gaúcha, no ano de 1980.

Apoie Literatura RS

Ao apoiar mensalmente Literatura RS, você tem acesso a recompensas exclusivas e contribui com a cadeia produtiva do livro no Rio Grande do Sul.

Literatura RS

Uma resposta para “AJEB-RS instala poeta gaúcha Delfina Benigna da Cunha como patrona

  1. Muito bom saber que Delfina Benigna da Cunha se tornou a patrona da Associação. Ela foi realmente a precursora da literatura no RGS e merece essa homenagem. Parabéns a todas e todos envolvidos. O Instituto Estadual do Livro publicou seus poemas em 2001, ediçáo organizada pelo colega, hoje na PUC, Carlos Alexandre Baumgarten, que então me convidou para escrever a Introdução.

    Curtir

Deixe um comentário