Ela nunca pensou em ser atriz

Suzana Saldanha navega pelas memórias em livro que perpassa sua vida e sua carreira

Edição: Vitor Diel sobre texto da assessoria
Arte: Giovani Urio sobre foto de Gilberto Perin

No dia 6 de abril, quarta-feira, às 19 horas, no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, S/Nº – Centro Histórico, Porto Alegre/RS), Suzana Saldanha apresenta o espetáculo solo Eu é Nós e logo após autografa Nunca Pensei em ser Atriz no Foyer Nobre do teatro. A obra percorre diversos momentos da vida da atriz “desde o momento que desisti de fazer História e troquei por Arte Dramática, em Porto Alegre. Falo, é claro, do Grupo de Teatro Província e da minha ida ao Rio onde participei do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, entre outros tantos trabalhos”, explica.

Além do texto da atriz, o livro dá voz também a amigos e profissionais com os quais Suzana Saldanha trabalhou no teatro, cinema e televisão ao longo dos anos, como Aderbal Freire-Filho, Luís Artur Nunes, José Ronaldo Faleiro, Candido Damm, Leonardo Neto, Antônio Hohlfeldt, Haydée Porto, Abrão Slavutzky, Ana Cláudia Munari e Raquel Iantas. Também está publicado no livro o texto do espetáculo solo Eu é Nós, com dramaturgia e atuação de Suzana Saldanha, além de 65 fotografias que ilustram momentos importantes da carreira da atriz. As fotos da capa e da contracapa são de Gilberto Perin.

Foto: Gilberto Perin

O escritor Caio Fernando Abreu, que escreveu a peça infantil Comunidade do Arco Íris para Suzana, declarou certa feita que a amiga “pertence àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber por quê, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar”. No texto de apresentação, o ator, diretor e professor José Ronaldo Faleiro descreve as faces da artista: “Suzana múltipla, plurifacetada, nuançada, matizada como a vida, inteira em seu viver, com o ‘Coração depurado’: a pessoa na atriz/a atriz na pessoa, atenta ao momento ao que ocorre no palco e na plateia, na vida”, diz.

A apresentação do dia 6 tem duração de 40 minutos e entrada franca.

Foto: Luciana Sodres

Sobre a autora
Suzana Saldanha, logo que terminou a faculdade de teatro, em plena ditadura militar, fundou com alguns colegas da UFRGS, em 1972, o Grupo de Teatro Província que tinha como objetivo um teatro vivo, ou seja, contemporâneo, de pesquisa. O grande sucesso do Província foi Era uma Vez uma Família, Era uma Vez uma Família que disse Não, roteiro e direção coletiva. Logo em seguida começa a era de direção de Luís Artur Nunes. Terminado o Província, a dupla Luís e Suzana continuou a trabalhar, veio então A Comédia dos Amantes ou Os Amantes da Comédia, roteiro e direção de Luís Artur. Suzana recebeu, por essa montagem, o Troféu Açorianos de Melhor Atriz, em 1979. Transferida para a Uni-Rio e depois para UFRJ onde se aposentou, lá está Suzana Saldanha, em 1990, na criação do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, “grupo dirigido pelo mestre Aderbal”, como ela sempre diz. Na estreia do Centro, Aderbal Freire-Filho apresenta o seu romance-em-cena A Mulher Carioca aos 22 Anos, de João de Minas, um marco do teatro do Rio de Janeiro. Também atuou nos espetáculos teatrais O tiro que mudou a história (1991) e O carteiro e o poeta (1997) com direção de Aderbal Freire-Filho; Electra Concreta (1986), de Gerald Thomas; e Senhora dos afogados (2010), com direção de Ana Kfouri, entre outros. Vencedora do prêmio de melhor atriz coadjuvante do Festival de Gramado com o longa Separações (2002), de Domingos Oliveira, a atriz participou de novelas e programas de TV em rede nacional. Suzana dirigiu a peça O mundo de Camila, monólogo para crianças estrelado por Márcia do Canto, e lançou o livro Meu nome é Anita, parceria com Elma Sant’Ana que reúne dramaturgia e resgate histórico de Anita Garibaldi. Recentemente dirigiu a leitura cênica Comunidade do Arco Íris, no Festival Caio Entre Nós.

Nunca Pensei em ser Atriz
Suzana Saldanha
144 p.
R$ 40
Edições Ardotempo

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